Buracos gigantes marcam a paisagem do sudoeste da China e receberam um apelido curioso: “tiankeng” – que em mandarim significa “poços celestiais”. Foi descoberto que as aberturas gigantes não surgiram por acaso e abrigam florestas primitivas e ecossistema únicos, segundo artigo da UNESCO.
Como os poços celestiais se formaram?
O sudoeste da China possui paisagens cársticas, ou seja, formações calcárias altamente propensas à dissolução.
Ao longo de centenas de milhares de anos, a água da chuva escorreu pelo solo e penetrou na rocha, gradualmente causando erosão.
Rios de água levemente ácida ampliaram as rachaduras, abrindo túneis e cavernas que eventualmente não conseguiram mais sustentar o teto rochoso.
No fim, os tetos desabaram até o fundo, abrindo os enormes buracos.
Buraco mais profundo do mundo?
Os tiankeng da China são únicos, destaca Zhu Xuewen, pesquisador do Instituto de Geologia Cársica da Academia Chinesa de Ciências Geológicas. Em Xiaozhai Tiankeng, centro-sul da China, está o que pode ser o buraco mais profundo da Terra.
Para se qualificar como um, o sumidouro deve medir pelo menos 100 metros de profundidade e largura, disse Xuewen à revista estatal chinesa Sixth Tone. O poço celestial também deve ter margens íngremes e rios fluindo ao longo do fundo, acrescentou.
Uma imagem aérea do condado de Leye, em Guangxi Zhuang, mostra um dos buracos em destaque:
Buraco mais profundo do mundo?
Segundo o Livescience, a China abriga pelo menos 200 buracos (ou poços celestiais). Eles estão distribuídos desde a província central de Shaanxi até a região de Guangxi Zhuang, no sudoeste. Apesar do tamanho, eles podem ser difíceis de localizar entre as montanhas irregulares e florestas que cobrem grande parte da região. Por isso, dezenas só foram descobertos nos últimos anos. O mais recente em 2022.
Uma equipe de exploração de cavernas desceu ao sumidouro, localizado perto da vila de Ping’e, no condado de Leye, e encontrou o poço com 192 m de profundidade e 306 m de largura. O fundo do buraco abrigava uma floresta primitiva com árvores antigas que chegavam a 40 metros de altura. “Não ficaria surpreso em saber que existem espécies nessas cavernas que nunca foram relatadas ou descritas pela ciência”, disse Chen Lixin, que liderou a equipe da expedição.
Fonte: https://olhardigital.com.br/
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