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Uma estudante de 16 anos de uma escola estadual de Santa Rita D'Oeste, no interior de São Paulo, participou da maior feira de ciências do mundo, em Los Angeles (EUA), após ganhar o prêmio de primeiro lugar em várias categorias na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace) com um equipamento capaz de diagnosticar e apoiar o tratamento de doenças respiratórias.

Ana Elisa Brechane da Silva criou o protótipo, intitulado “ConnectBreathe” (conectar e respirar), durante uma aula de robótica, ministrada na Escola Estadual Professora Maria das Dores Ferreira da Rocha, que pode diagnosticar e apoiar o tratamento de asma, bronquite e outras doenças respiratórias.

O projeto, agora apresentado mundialmente, envolve, de acordo com Ana, um sistema biomédico multiplataforma capaz de fazer a análise da musculatura pulmonar dos pacientes através de uma manovacuometria digital - um teste em que é preciso inspirar e expirar.

Ele promove o fortalecimento da musculatura respiratória, aliando os exercícios a jogos digitais lúdicos. A aluna desenvolveu duas válvulas para oferecer resistência ao fluxo respiratório e fortalecer a musculatura respiratória nos exercícios (assista ao vídeo acima).

A partir do conhecimento em gameterapia e como complemento dispositivo pressórico, a cientista criou um aplicativo para celulares com jogos digitais temáticos, via conexão bluetooth e uma plataforma para computadores para deixar os exercícios respiratórios lúdicos e motivantes, o que pode aumentar a adesão e permanência no tratamento.

Ao g1, a menina contou que decidiu criar o dispositivo durante a pandemia de Covid-19, em 2021, com o objetivo de auxiliar a reabilitação de pacientes que não tinham acesso ao tratamento devido a escassez e alto custo de aparelhos.

De acordo com a estudante, a Organização Mundial de Saúde (OMS) coloca as doenças respiratórias como a terceira causa de mortalidade no mundo, sendo que mais de um bilhão de pessoas sofrem com este problema.

Essas foram as razões pelas quais decidiu iniciar as pesquisas na área de fisioterapia respiratória para poder colocar em prática a ideia. A elaboração do protótipo durou três anos, orientado pelo professor voluntário de robótica Éder Carlos Antoniassi.

Na Febrace, Ana Elisa recebeu um total de quatro premiações, entre elas a de 1º lugar na categoria “Ciências e Saúde”, 1º lugar de melhor projeto do estado de São Paulo e 1º no prêmio “Manual do Mundo”, o que possibilitou a classificação para a feira internacional de ciências e engenharia.

Com esse projeto, além de receber premiações na Febrace, no mês de março, Ana foi selecionada para a maior feira do mundo do mesmo assunto, a Feira Internacional de Ciências e Engenharia (International Science and Engineering Fair - Isef), que ocorreu no dia 17 de maio deste ano.

“É um sentimento inexplicável, pois é o lugar que muitos estudantes almejam chegar. Cerca de sete milhões de estudantes no mundo concorrem para ter uma credencial para a ISEF. Saber que venho de um lugar tão pequeno e humilde e que iria para um lugar tão concorrido é um sentimento de eterna gratidão, emoção e alegria”, completa a adolescente.

Esta é a segunda vez que Ana Elisa é selecionada para a Isef com o mesmo projeto. No ano de 2022, a estudante esteve em Atlanta (EUA) com a primeira versão do ConnectBreathe, idealizado com o objetivo de apoiar a fisioterapia respiratória, no tratamento pós-Covid. O anúncio da segunda seleção foi recebido por ela como surpresa.

“Na época, considerei que a minha seleção ocorreu por conta da problemática da Covid. Jamais imaginei que seria selecionada novamente, apesar de ter continuado a trabalhar no projeto e expandido suas possibilidades de diagnóstico e tratamento”, afirma ela.

Agora, Ana contou que o objetivo é conseguir aprovação de um Conselho de Ética de universidades para testar o aparelho em pacientes reais, além de obter apoio de empresas para disponibilizar o ConnectBreathe de forma acessível à população.

"Espero que consiga continuar a desenvolver esse projeto. Gostaria muito de cursar faculdade em uma área que esteja ligada a ele e quem sabe continuar ajudando em várias condições e outras situações cotidianas”, finaliza.


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